segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dias nublados

Existem dias nublados, aqueles onde o sol se esconde, o vento fica mais forte, as nuvens ficam "negras" e a chuva se esforça para cair e nos seus pingos agrupados lavar os olhos das sensações de medo. Os tremores lançados no corpo ouriçam a pele pelo medo desconheçido, do que foi, do que é e do que será! As pernas paralisadas, se fixam em um chão do qual não é possível afirmar sua segurança, os olhos transmitem as batidas aceleradas de um coração que procura refúgio, os lábios se mordem ao contrair-se no torpor da aflição... Medo, sentimento que desperta as invariáveis do ser, provoca uma atenção exagerada, dispara uma resposta de pavor. Medo _ tem que ter coragem pra sentir, coragem pra assumir, coragem pra ser valente e enfrentar. Os dias nublados não são permanentes, são passagens de correntes que nos atinge pra nos testar, talvez esfriar, mas em toda sua significância nos fazer pensar e refletir _ em nossos medos, nossas respostas, em nossos conceitos pioneiros e paralelos do cotidiano. E logo quando o orvalho se vai, o sol reaparece expondo sua luz, mostrando seu poder, acalmando o vento e consigo deixando reacender a vontade de lutar contra os medos que no íntimo nos impedem de viver uma liberdade.


Escrito por: Keila Bispo

2 comentários:

  1. Em uma das belíssimas cartas de Pe. Fábio de Mello cotidas nos seu livro Cartas Entre Amigos, escritos em parceria com Gabriel Challita, Pe. Fábio diz que não podemos negar a existência da dor, do medo, das decepções enfim. Mas, ele afirma também no auge de sua sabedoria inspirada que é preciso "chorar o tempo certo: depois é preciso viver." Bem, foi isso q também apreendi do seu texto Keu.
    As dores existem, os dias frios e solitários vem, enão podemos forjar uma indiferença a eles. É preciso ter a coragem de assumir o medo e até chorar se assim for. Contudo devemos saber também que assim como os dias nublados vem, eles vão e dão espaço ao lindo sol que está sedento por brilhar e iluminar um pouco nossas vidas.

    Quero deixar como ilustração desse seu texto que trata de uma problemática atemporal e ao mesmo tempo contemporânea. Deixo-te alguns versos alheios que tanto aprecio e que soaram em minha memória musical assim que provei mais uma vez das reflexões contidas nas entrelinhas de seus textos.

    Logo Após O Temporal
    Rosa de Saron
    Composição: Guilherme de Sá e Rogério Feltrin

    O dia escureceu de vez.
    Nunca imaginei ficar assim,
    Perdendo a minha lucidez
    Meu chão sumiu dos pés diante de mim.
    Um novo dia já nasceu.
    É bom sentir os pés no chão
    E saber que ainda estás aqui.
    Com minhas mãos, eu toco o céu,
    Enquanto elevo o coração.
    E posso dizer: sou livre sim.
    Trouxe em minha lembrança...
    O sonho que vivi foi tão real.
    Alimentei a esperança
    E assim sobrevivi ao temporal.
    Um novo dia já nasceu.
    É bom sentir os pés no chão
    E saber que ainda estás aqui.
    Com minhas mãos eu toco o céu, enquanto elevo o coração,
    E posso dizer: sou livre sim!

    Sugiro também a apreciação de outros versos: Nem um dia - Djavan e Quando a chuva passar - Ivete Sangalo

    Eles se encaixam em sua explanação.

    Beijos amiga!!

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  2. Oun meu amor, brigada pelas palavras, fico feliz ao saber que meu texto foi útil para voç, assim como foi pra mim, quando eu estava escrevendo,! .. e realmente os dias nublados vem, mas vão e dão lugar ao sol ! ' .. [é mto bom ter consciência disso ! ' ..

    Brigada pelos versos e passagens de músicas ! ' .. *-*

    Beiju ' .

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