A falta de atenção se instala quando no pensamento algo vem a pertubar. Rodeada por um círculo de pessoas, todas ativas, todas falando e eu em outra dimensão. As palavras que se expandem pela sala não me tocam, não me prendem, não me importam. A porta aberta anuncia pelo aroma circundante a chuva que se aproxima e é de imaginar as gotas de água em contato ao chão, o vento fresco a invadir, a mistura terrea a espalhar. Por uma brecha pequena a mostra de uma vida em movimento, as árvores num balanço bem lento e as pessoas a sumir na tentativa de esconder-se da chuva que inicia seu trabalho, faz aparecer suas águas, lava, molha e aos meus olhos faz hipnotizar na busca vasta por encontrar a perfeição de sua descida. Na sala um único ponto que despertou um interesse, os delicados gestos se portando, a voz mansa se comunicando e aquele mecher de corpo que me fez sorrir. Minha visão ficou paralisada nesse mundo que se apresentava e na minha mente só rodeava imagens e assim por um bom tempo ficou. Imaginei alguns momentos que na chuva ao relento, cambaleando sobre o chão lamacento, gritos de alegria eu dei. Em tua companhia, molhando o rosto com a água da vida, meu corpo ficou a saltar. Estava assim, tudo o que eu sonhava, e o desejo chegou de repente e meu mundo parou nesse olhar, naquele momento nada mais existia para a gente, e em teus braços desejei pra sempre ficar ... imaginação malcriada, que me deu liberdade de nele pensar, do que "vivi" gostar, querer realizar, pois o gostinho fascinou.
Escrito por: Keila Bispo
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